The End
No tridimensional berço do fim dos tempos
Não dorme o amor...
No estalar dos velhos moinhos
E no romper de estrelas e planetas,
Aquando da queda do império de fogo
E da fúria dos vulcões de sangue,
Das tempestades de enxofre
E das radiações cortantes,
Do desejo da carne e do prazer,
Do sexo bruto com as máquinas mortais
Do esqueleto de âmbar,
Nada mais existirá...
O tempo irá parar
Com o repetido lamento
Do tocar de corpos ardentes
No gelo do anoitecer...
Tudo é cinzento,
Tudo é penumbra e dor,
Não há Morte,
Mas tudo é Morte...
Sinto o fim na minha espinha,
Consome-me sem piedade
E range de prazer...
Pequei,
Mas também amei,
E o amor não dorme aqui...
Fui absorvido por completo,
Estou pálido,
Sou já uma silhueta de areia
Fluminada em água do sol,
Perco a esperança,
E tudo morre à minha volta,
Só eu teimo em resistir
...Porque será?...
Já com meu corpo disforme
E minha mente triturada,
Vi o amor beijar minha alma,
E minha alma na tua...
Entreguei-me então,
Pois senti teu calor
...Morri...
Meu corpo estalou nos pregos de luz,
Mas minha alma ficou contigo
Para todo o sempre...
Sou teu por fim...
Não fujas...
Entrega-te e ficaremos unidos
...A Morte venceu...
by Ivo Silva
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